terça-feira, 30 de setembro de 2008

Empresas buscam soluções logísticas




Empresas buscam soluções logísticas
Carlos Santos/DN
O Porto de Natal, cuja estrutura fica aquém do necessário: gargalo logístico Num cenário em que é preciso velocidade de entrega e preço para competir no mercado, o Rio Grande do Norte parece estar engatinhando, mas poderá encontrar na integração dos meios de transporte e na concretização de projetos como o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e um novo porto inovações que precisa para desatar um de seus maiores nós: a logística. A ciência de fazer os produtos chegarem no tempo certo, no lugar certo, com o menor custo possível virou equação complicada de resolver para setores como agropecuária e indústria, num momento em que a falta de estradas, de portos e de um aeroporto com capacidade para atender a demanda produtiva conspira contra a planilha de custos e o relógio, mas que, mesmo em longo prazo, há soluções em vista para desobstruir os caminhos de empresas importadoras e exportadoras.Empresas como a potiguar Simas, maior produtora e exportadora de balas e pirulitos do país, sabem bem o peso de escoar a produção com a infra-estrtura do estado conspirando contra e engrossam a lista das que esperam providências para derrubar as barreiras que levam tempo e demandam custos extras para a entrega dos produtos. Só no ano passado foram cerca de US$ 1 milhão gastos com frete para embarcar a produção pelos portos de Pernambuco e Ceará, com destino principalmente aos Estados Unidos. Dinheiro que poderia ter sido investido em equipamentos, na criação de novas linhas de produção e na criação de novos empregos, frisou em fevereiro deste ano ao Diário de Natal o dono da companhia e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Gadelha Simas. Para a Coteminas, uma das gigantes têxteis instaladas na região da Grande Natal, a rotina é parecida todos os meses. Entre 30 e 40 conteineres levam os produtos da empresa, em caminhões, para os portos de Pecém e Suape, por falta de estrutura para exportar as mercadorias diretamente daqui, segundo o diretor da empresa, João Lima. Pelo menos três gargalos atravancam o desenvolvimento dos negócios dessas e de outras companhias: um deles e talvez o principal é o fato de o Porto de Natal estar ‘‘espremido’’, sem espaço suficiente para movimentação de conteineres e sem a profundidade necessária para receber grandes navios. O porto também não tem linha de cabotagem, que seria chave para tornar mais eficientes as transações no mercado interno: permitiria a exportação para outros estados ou importação, via marítima, possibilitando redução de custos com frete rodoviário. Como se não fosse o bastante, falta, ainda, uma rota para os Estados Unidos, principal destino das exportações do Rio Grande do Norte. Só este ano, de janeiro a agosto, o país comprou ao estado mais de US$ 65,2 milhões em mercadorias, foi 31% de tudo o que o RN vendeu, no período, ao exterior.Se é difícil despachar as mercadorias por mar, por terra e ar a situação não é diferente. O estado também não dispõe de aviões cargueiros nem de ferrovias para o transporte dos produtos. As estradas não fogem à regra das dificuldades: estão cheias de buracos e de barreiras para exportadores e importadores. São barreiras no caminho também de setores como fruticultura e pesca, outros de grande peso para a pauta de exportações potiguar.Para a Pesqueira Nacional, exportadora de peixes congelados e frescos instalada no Rio Grande do Norte, a ausência de aeronaves específicas para o transporte de cargas, de vôos diretos para destinos como Estados Unidos, França e Espanha e o pouco espaço destinado às companhias aéreas para os produtos tem empurrado para baixo a competitividade dos negócios, segundo o gerente de logística, Agerson Barbosa Junior.

Renata Moura Da equipe do Diário de Natal

Nenhum comentário: